A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) recomendou, na última quarta-feira (30), a incorporação do barictinibe ao SUS. Em seguida, a decisão da portaria nº 34/2022, do último da 31 de março, foi oficialmente incorporada pelo Sistema Único de Saúde. Ela foi assinada pela Secretaria de Ciência e Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE) no Diário Oficial da União.
O medicamento é um anti-inflamatório geralmente utilizado para tratar artrite reumatoide, mas chega com a promessa de ser primeiro remédio contra a covid-19 a ser incorporado na rede pública de saúde (para pacientes adultos). O uso deve ser feito em pacientes que precisam de oxigênio por máscara ou cateter nasal, ou que necessitam de alto fluxo de oxigênio ou ventilação não invasiva. O medicamento é fabricado pelo laboratório Lilly.
O baractinibe se junta a outras medicações contra a covid-19, mas é o primeiro a ser ofertado no SUS; outras medicações estão apenas na rede privada (Imagem: Maxxyustas/Envato Elements)
Como funciona o baractinibe?
A medicação em questão atua no sistema imune, auxiliando na recuperação de quadros inflamatórios. Mais especificamente, ela age na diminuição da ação da interleucina-6 (IL-6), substância ligada a reações inflamatórias causadas por doenças, surgindo em níveis mais elevados nos casos mais graves da covid-19. Segundo o Conitec, estudos observaram que a combinação do uso do medicamento com terapia padrão, já adotada pelo SUS, contribui para uma diminuição significativa da mortalidade dos pacientes em comparação com a aplicação somente da terapia padrão.
Ainda não há estimativa de quantos pacientes devem ter acesso ao remédio nem o preço indicado para a sua aquisição. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já havia aprovado a indicação do barictinibe contra a covid-19 em setembro de 2021. No processo de análise do Conitec, a questão do uso do medicamento foi submetida à consulta pública entre os dias 15 e 24 de março: puderam contribuir especialistas e população em geral.
Medicamentos no Brasil
O barictinibe não é o primeiro medicamento a ser aprovado para o uso no Brasil: há pelo menos seis outros remédios no país, mas eles só podem ser encontrados na rede privada. São eles:
- Rendesivir (Gilead);
- Paxlovid (Pfizer);
- Molnupiravir (MSD);
- Sotrovimabe (GK);
- Regkirona (Celltrion Healthcare);
- Evusheld (Astrazeneca).
Desses medicamentos, os três primeiros impedem a replicação do vírus, ou seja, são antivirais. Os restantes são anticorpos monoclonais, que atacam o vírus em si. Apenas estes últimos estão liberados para tratamento inicial. O rendesivir, ainda, tem autorização de uso apenas na fase grave do vírus: a Pfizer e a MSD estão no aguardo pela aprovação da Anvisa.
Fonte: Agência Brasil, Diário Oficial da União
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