Sucedeu-se uma historia
Que não foi muito distante
Foi lá encima do morro
Do seu Chico Cavalcante
Um dia à tardinha
Pelo morro a caminhar
Ouvi de longe um barulho
E resolvi encostar
Ouvi uma voz feminina
Em grande esculhambação
Que o cachorro se danou
E soltou-se das minhas mãos
Uma falava a outra
Hoje eu vou te matar
Tu roubou o meu vestido
Más aqui tu vai pagar
Então eu rasgando moita
Comecei a encostar
E quando as mulheres me viram
Resolveram se pregar
A nega pulou na outra
Que nem raposa em galinha
Ragou-lhe a roupa toda
Deixando só de calcinha
Do lado tinha um negrinho
De olhos arregalados
Acompanhando a bagunça
Em uma pedra assentado
Entrei pelo meio da briga
Querendo lhes apartar
Dei um grito no negrinho
Para vir me ajudar
O negrinho respondeu
Deixa essa nega brigar
Querendo ser valentão
Eu fui apartar a briga
De repente sem querer
Arrumei uma grande intriga
Puxei a nega pra um lado
Pro outro a nega puxou
E uma me deu um tapa
Que meu chapéu derrubou
Já nesta altura da briga
Uma das negras quase nua
Virou para mim e disse
A culpa e toda tua
A nega xingando disse
Agora tu tá lascada
Vou dizer pra todo mundo
Que ai e teu camarada
Eu ouvindo essa conversa
Comecei me afastar
Que quando fosse mais tarde
A coisa ia complicar
Ficou uma nega nua
A outra pela metade
E o negrinho ficou olhando
Com aquele olhar de maldade
Estando em casa só
Quando logo anoiteceu
Quando fui abrir a porta
Uma das negas apareceu
Por eu Ter lhes separado
Ela me agradecia
Ao tempo que me chamava
Pra ir a delegacia
E na oportunidade
Eu também lhe respondia
Eu já fiz a minha vez
Dona vou lhe ser sincero
Você ir para o xadrez
É melhor que o cemitério.
Autor:Professor Luís Augusto Pereira Borges, também conhecido professor Luisinho, nasceu em 17 /12/1975 na cidade de Uruçuí, filho de Raimundo Nonato Sousa Borges e Sebastiana Pereira de Sousa, cursou toda a sua vida escolar em escolas publicas do município e em 2003 concluiu o curso de licenciatura plena em Letras/português pela Universidade Estadual do Piauí (UESPI).