A literatura uruçuiense é rica pela própria natureza. É diversificada em gênero, forma, estilo e campo temático. São muitos aqueles e aquelas que cantam e encantam com seu jeito singular de produzir uma peça literária. Dentre esses protagonistas, destaca-se, pela qualidade e profundidade temática de seus textos, a poetisa Elisabete Barros de Sá. Ela tem como genitores: Alice Alves Barros de Sá e Félix Alves de Sá. Ela é licenciada em Pedagogia pela UESPI e pós-graduada em Libras.
As peças tematizadas e publicadas em forma de poemas, pela poetisa Elisabete Sá, trazem, em sua literariedade, a franqueza, a singularidade e são enrustidas com utopias e a materialização de desejos e vontades. São obras que apresentam uma inexcedível produção material e intelectual. Em um dos seus textos, expressando uma vontade enrustida, canta a poetisa: “Queria escrever algo que alguém pudesse ler/Algo que ficasse eterno, sem terno/Escrever para alegrar e não para entristecer”. Estes são versos que, de fato, caracterizam e, portanto, norteiam a sua produção literária. Numa análise mais demorada, visualiza-se, num dos versos supracitados, o cerne do seu canto num invólucro de singeleza, quando ela canta: Algo que ficasse “eterno”, “sem terno”; ou seja, o desejo da poetisa é que o canto conquiste os ares da eternidade, mas que seja singelo e represente, de fato, o sublime desejo poético.
Mas, o canto da poetisa Elisabete Sá não versa apenas no campo dos sonhos e utopias, ela também tematiza questões contemporâneas, como nos seguintes versos: “Vamos dar as mãos/Ainda somos irmãos/Mesmo querendo ou não/Somos irmãos(…)Vamos dar as mãos/Sendo branco ou negro…/Somos irmãos/À procura de uma solução”. Estes são versos, por demais, polissêmicos. Muitos são os entendimentos possíveis a partir desse poema. São versos que servem para ilustrar discursos sobre várias temáticas no seio social; até mesmo para fazer alusão à necessidade de união e compreensão humanitária, no atual momento em que a ciência mundial irmana esforços para desidratar uma pandemia que parece indomável e sem coração.
Acrescentando que a poetisa inspiradora deste texto também aborda temas como a cidadania, a tristeza e questões passionais, conclui-se que Elisabete Barros de Sá produz uma literatura que torna a cultura uruçuiense rica em valores e diversidade temática.
Anchieta Santana
Poeta e Historiador