A priori, pode-se afirmar que o processo de ensinamento religioso está presente no município desde as primeiras horas do processo de exploração regional. Naquela época, segunda metade do século XVIII, a prioridade era a conversão dos povos indígenas aos preceitos religiosos pregados pelos jesuítas. Mas, não apenas os nativos eram alvo desse processo religioso. Negros, também, a todo custo, eram alvo das investidas. E foi uma situação que, sob o comando católico, perdurou bastante tempo.
No período de caça aos nativos, para que a aculturação tivesse resultados positivos, o comando colonizador organizou um aldeamento denominado São Félix da Boa Vista. Este foi instalado no encontro dos rios Parnaíba e Uruçuí Preto. Ali, os índios eram selecionados (por sexo e idade) e passavam a ter ensinamentos, a qualquer custo, não apenas sobre a questão religiosa/católica, mas, também, costumes diversos. Eram, pois, comuns: fugas, castigos, servidão e morte.
Tendo como base os dados compilados pelo IBGE-2010, a igreja católica em solo uruçuiense continua com a maior fatia dos habitantes, com 16.921 pessoas. Os demais habitantes estão distribuídos, entre as igrejas evangélicas e outras crenças. Dentre os ministérios: Assembleia de Deus, Batista, Luterana, Presbiteriana, Adventista, Congregação Cristã do Brasil, Igreja do Evangelho Quadrangular, Universal do Reino de Deus, Deus é Amor, Comunidade Evangélica, Testemunhas de Jeová. E ainda: Espírita, Candomblé, Umbanda, 19 pessoas com múltiplo pertencimento e 418 pessoas que se dizem sem religião.
Como representantes do Catolicismo, no município de Uruçuí, ao longo da história, cita-se, dentre outros, os seguintes párocos: Serafim Gomes de Albuquerque, Ricardo Francisco de Sousa Silva, Carlos Afonso Maria Vinhler, Joaquim da Silva Monteiro, Moisés Santos Reis, Zeferino Martins de Athaydes, Francisco Sales Soares, Acilino, Cônego Gastão Pereira da Silva, Manoel Alves de Carvalho, João Lombardi, Dante Greggio, Afonso Cigarini, Antônio Di Lella, João Batista Ribeiro, José Silva Borges, Frei Henrique, João Batista Silva, Frei Santos e Frei Garcia.
Sobre as igrejas evangélicas, dentre outras, cita-se: a)Assembleia de Deus, cujo trabalhos de evangelização tiveram início “em 1971, através do empenho, nos trabalhos do Ministério, de Salvino Mota. Este, um uruçuiense que sempre procurou evangelizar por uma sociedade onde o nome de Deus fosse louvado sem toda sua dimensão. Tudo iniciou onde ainda hoje acontece, na rua Getúlio Leitão, n° 29 – Bairro Água Branca – Uruçuí-PI”. Dentre outros, esses foram pastores que assumiram os trabalhos da igreja: “Pedro José dos Santos, Raimundo Alves Tavares, Osvaldo Borges, Antônio Gomes de Sousa Neto, José Lopes de Oliveira, Manoel Mateus Neto, Luís Gomes da Silva (1ª vez), Abraão Francisco de Sousa, Clementino Aguiar, Luís Gomes da Silva”. b) Igreja Assembleia de Deus de Madureira; c).Igreja Mundial do Poder de Deus; d) Igreja Universal do Reino de Deus; e)Salão do Reino das Testemunhas de Jeová; f) Congregação Cristã no Brasil; g) Igreja Adventista do Sétimo Dia; i) Igreja Unção Divina; j)Igreja Comunidade Cristã e l) Igreja Batista, fundada em 1932, pelos pastor Jonas Macedo.
Pelo universo diversificado de representações evangélicas, conclui-se que o município de Uruçuí é, neste aspecto, rico e oportuniza a participação da comunidade na orientação religiosa que mais lhe agradar. Pois, cada uma tem algo singular na discussão e vivência evangélica.
Anchieta Santana
Historiador